Estanozolol: impacto nas enzimas hepáticas e no perfil lipídico

O estanozolol é um esteroide anabólico androgênico (EAA) derivado da di-hidrotestosterona (DHT), indicado em algumas condições clínicas específicas como angioedema hereditário, fenômeno de Raynaud, urticária crônica e lipodermatoesclerose. No entanto, sua utilização extrapola o ambiente médico, sendo frequentemente utilizado de forma recreativa por indivíduos em busca de estética e performance.

Apesar de sua popularidade, os efeitos do estanozolol sobre o fígado e o metabolismo lipídico ainda geram dúvidas. Estudos clínicos mostram que mesmo em doses terapêuticas, o fármaco pode alterar significativamente parâmetros laboratoriais, exigindo atenção quanto à sua segurança.

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Efeitos hepáticos: alterações de transaminases

Um estudo randomizado duplo-cego, conduzido por Carson et al. (2015), avaliou 44 pacientes, dos quais 21 receberam estanozolol (2 mg, 2x ao dia) por seis meses. Durante o acompanhamento:

  • Cerca de ⅓ dos participantes apresentou elevação significativa das enzimas TGO e TGP.
  • Em grande parte dos casos, os níveis retornaram ao normal após a suspensão do tratamento.
  • Vale destacar que a elevação de transaminases, por si só, não implica necessariamente em dano hepático estrutural, mas exige acompanhamento médico.

Alterações no perfil lipídico: queda do HDL

Ainda nesse estudo, observou-se que 91% dos pacientes que utilizaram estanozolol evoluíram com redução significativa do HDL, chegando a valores tão baixos quanto 37 mg/dL. Apesar da reversão após a suspensão da medicação, a queda do HDL representa um marcador importante de risco cardiovascular, já que essa lipoproteína é fundamental no transporte reverso do colesterol.

Considerações sobre o uso recreativo

Doses utilizadas em ambiente médico são significativamente menores do que aquelas empregadas em contextos recreativos. O uso fora da prescrição frequentemente envolve:

  • Doses elevadas e por tempo prolongado
  • Associações com outras substâncias hepatotóxicas
  • Ausência de monitoramento clínico e laboratorial

Nesse cenário, os riscos de hepatotoxicidade e dislipidemia se tornam muito mais relevantes, podendo evoluir com danos irreversíveis à saúde hepática e cardiovascular.

Conclusão

O estanozolol apresenta potencial para alterar enzimas hepáticas e reduzir o HDL, mesmo quando utilizado em doses terapêuticas. Em contextos não supervisionados, esses efeitos se intensificam, aumentando o risco de complicações clínicas.

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Referência:

CARSON, J. A. et al. Effects of Stanozolol on Liver Enzymes and Lipid Profile. Experimental Biology and Medicine, 2015. DOI: 10.1177/1534734614562276

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