Staak Med

A relação entre transtornos mentais, dieta e exercícios

Transtornos mentais! Foi realizado um estudo transversal com 432 universitários, regularmente matriculados em cursos da área da saúde. Nesse grupo, a prevalência de transtorno mental comum (TMC) foi de 44,5%, e os indivíduos com esse potencial apresentaram menor frequência de atividade física e maior ingestão de gorduras saturadas, além de menor média de ingestão de sódio e fibras.

Para avaliação da atividade física utilizou-se o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), versão curta, que consiste em perguntas visando descobrir a quantidade de horas de atividade praticada na semana anterior ao questionário. Os alunos foram divididos em dois grupos, sendo ativos (no mínimo 150 minutos de atividade física por semana) e sedentários (que não tinham praticado qualquer atividade física por mais de 10 minutos contínuos na última semana).

Para rastreamento de Transtorno Mental Comum (TMC), utilizou-se o instrumento Self-Reporting Questionnaire-20 (SRQ-20)16 que é constituído por 20 itens, com respostas dicotômicas (sim ou não), onde as respostas “sim” valem um ponto e as respostas “não” valem zero. Este questionário permite classificar o indivíduo quanto à presença ou ausência de potencial para TMC.

A classificação é baseada no somatório das questões afirmativas. Indivíduos que apresentaram pontuação igual ou superior a sete foram classificados como “com potencial para TMC”. Para fins de análise, esta variável foi dicotomizada em “sem potencial para TMC” e “com potencial para TMC”.

O consumo alimentar foi rastreado, por meio do Recordatório de 24h (R24h), e levou-se em conta a média ajustada do consumo de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, sódio e açúcares de adição. Ao avaliarmos os comportamentos de estilo de vida e o potencial para TMC, observamos que as prevalências de inatividade física foram maiores entre os indivíduos classificados como com potencial para desenvolver TMC, quando comparados aos que não apresentaram potencial (45,8% vs. 33,2%).

A média de ingestão de açúcar de adição foi de 78,8 gramas por dia (g/dia) na população em geral. Os indivíduos que foram classificados como com potencial para TMC apresentaram, quando comparados aos sem potencial para desenvolver TMC, maior ingestão de açúcar de adição (90,2 g/dia vs. 71,2 g/dia) e gordura saturada (29,7 g/dia vs. 27,5 g/dia) e menor ingestão de fibras e sódio (15,1 g/dia vs. 17,3 g/dia; 1629,1 mg/dia vs. 1853,6 mg/dia).

Concluindo, pode-se observar que uma alimentação balanceada e o exercício físico são fatores de proteção quanto ao surgimento de sintomas relacionados ao TMC, provocando efeitos positivos no humor e reduzindo taxas de ansiedade e depressão.

Referência:

doi: 10.1590/1413-81232021269.07172020

Compartilhe este post:

Facebook
WhatsApp
Telegram