Açúcar branco ou adoçante. Nos últimos dias, devido à uma nota da OMS, diversos veículos midiáticos aproveitaram o protagonismo momentâneo, deturparam o conteúdo proposto e divulgaram a “informação” de que os adoçantes são perigosos e podem até causar a morte.
Será que isso é mesmo um ponto de inflexão ou apenas uma informação adulterada devido ao interesse que a circunda?
Os adoçantes, também chamados de edulcorantes, são substâncias químicas oriundas de fontes naturais ou artificiais produzidas pela indústria de alimentos com o objetivo de reduzir o consumo calórico e corroborar com a redução da massa corporal da população. O que é bastante relevante, em vista da epidemia de obesidade em que vivemos.
Os adoçantes podem ser classificados em naturais ou artificiais. Sendo os naturais: Sorbitol, Xilitol, Estevia e Manitol. Todos possuem um poder adoçante consideravelmente superior ao açúcar tradicional.
Todos esses possuem valor energético próximo a 0, apesar do gosto adocicado. Os adoçantes artificiais principais são: sucralose, aspartame e sacarina. Sendo o aspartame o protagonista de um estudo do INCA em 2015 que apontou o aumento da produção de radicais livres e envelhecimento celular com a ingestão do mesmo.
Os açúcares comerciais, por outro lado, podem ser segmentados, principalmente, em refinado, demerara, cristal e mascavo. Estes passam por pequenos processos em sua produção gerando alterações na cor e mudanças sutis no gosto de cada um.
No entanto, todos se resumem à sacarose, um dissacarídeo composto pela glicose e frutose cuja fórmula química é C12H22011 e possui, invariavelmente, 4 kcal a cada 1g ingerido.
Visto isso, independentemente do tipo de açúcar ingerido, as calorias poderão influenciar, ou não, no aumento da massa corporal em ressonância com o superávit ou déficit calórico adotado.
Segundo a OMS, a troca de açúcares livres por adoçantes sintéticos não apresenta benefícios em indivíduos que não possuem Diabetes Mellitus tipo 2.
Ou seja, portadores da comorbidade devem priorizar alimentos sem o uso de substâncias que adocicam os alimentos e, assim, evitar o consumo de açúcares livres e de adoçantes sintéticos e não trocar um pelo outro.
Infelizmente, essa estratégia se mostra distante da realidade, visto que não apresenta sustentabilidade.
Reduzir o consumo de adoçantes é sim uma boa estratégia, mas apenas se não prejudicar o planejamento dietético do paciente. Além disso, não há evidências suficientes para evitar o uso controlado dos adoçantes sintéticos.
Referências:
doi: 10.1017/S1368980022001598
ISBN 978-92-4-007361-6
Dr Marcos Staak Jr
Médico – CRM/SC 17642