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Estudo Traverse: existe segurança cardiovascular da TRT?

Estudo Traverse. Com o avanço do envelhecimento da população do Brasil e do mundo, muitas praticas médicas têm sido adotadas para conduzir da melhor maneira possível o envelhecimento da sociedade.⁣

No mais novo estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, realizado por LINCOFF, BHASIN, ET AL., foram avaliados pacientes HOMENS, entre 45 a 80 anos de idade, com doenças cardiovasculares preexistentes ou com um risco cardiovascular elevado e que possuíam um ou mais sintomas de hipogonadismo como diminuição do desejo sexual ou libido, diminuição espontânea das ereções, fadiga ou diminuição da energia, entre outros sintomas, e que tinham dois níveis séricos de testosterona inferiores a 300 ng medidos em horários diferentes.

Os objetivos do presente estudo foram avaliar se o uso da TRT aumentou ou criou qualquer tipo evento cardiovascular maior, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou até mesmo a morte, e qual foi o tempo de uso até a ocorrência de tal evento, além disso avaliar desfechos que levaram à morte por qualquer tipo de causa, e ademais avaliar o número de hospitalizações ou visitas ao PS devido problemas cardíacos, renais ou eventos tromboembólicos venosos.

Foram selecionados 5204 pacientes, dos quais 2601 foram designados para o uso da testosterona enquanto que 2603 foram selecionados para receber placebo. Destes 5204 homens, 2847 já tinham doenças cardiovasculares pré existentes e 2357 pacientes tinham risco cardiovascular elevado. a dose média de testosterona entre os participantes era de 227 ng.

Os pacientes participantes, receberam de forma randomizada, um gel transdermal contendo 1,62% de testosterona ou um gel de placebo. Ajustes de dose foram feitos durante o estudo para manter os níveis de testosterona entre 350 e 750 ng e o hematócrito menor que 54%.

A duração média do tratamento foi de 22 semanas e o seguimento de 33 semanas, respectivamente. Os níveis séricos de testosterona foram medidos 24 horas após o paciente receber uma dose de testosterona ou placebo, a dose diária média de testosterona foi cerca de 65 mg. Aos 12 meses, o aumento médio da linha de base nos níveis séricos de testosterona foi de 148 ng.

Entre os 5.198 pacientes que receberam testosterona ou placebo por um período
médio de 22 meses, a terapia de reposição de testosterona praticamente não aumentou a incidência de eventos cardíacos adversos maiores em relação ao placebo.

Enfatizar que a TRT quando bem aplicada em homens mais velhos melhora a função sexual, aumenta a densidade mineral óssea volumétrica e areal, corrige possíveis quadros de anemia além de reduzir de maneira moderada os sintomas depressivos.

As descobertas feitas neste estudo podem facilitar a tomada de decisão sobre a questão de segurança cardiovascular da testosterona ponderando os potenciais benefícios e riscos da terapia de testosterona entre pessoas de meia-idade e mais velhas com hipogonadismo e doença cardiovascular.

 

Referência:
Lincoff AM, Bhasin S, Flevaris P, et al. Cardiovascular Safety of Testosterone-Replacement Therapy [published online ahead of print, 2023 Jun 16]. N Engl J Med. 2023;10.1056/NEJMoa2215025.⁣

Dr Marcos Staak Jr | Médico | CRM-SC 17642⁣
@galecunha

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