Impacto do uso de esteroides anabólicos na fertilidade masculina

O uso de esteroides anabólicos androgênicos (EAAs) tem sido amplamente difundido entre atletas e indivíduos que buscam aumento de massa muscular e força física. No entanto, apesar dos benefícios anabólicos proporcionados por essas substâncias, seu impacto negativo na fertilidade masculina é significativo e amplamente documentado na literatura médica.

Como os EAAs afetam a espermatogênese?

Os EAAs são hormônios sintéticos derivados da testosterona que interferem diretamente no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG), que regula a produção de testosterona e gonadotrofinas essenciais para a espermatogênese. O uso crônico dessas substâncias leva à supressão dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH), resultando em atrofia testicular e redução na produção de espermatozoides.

Esse efeito inibitório ocorre devido ao feedback negativo exercido pelos EAAs, que reduzem drasticamente a produção endógena de testosterona e, consequentemente, afetam a espermatogênese. Como resultado, muitos usuários desenvolvem azoospermia (ausência total de espermatozoides) ou oligozoospermia (baixa contagem espermática), comprometendo sua capacidade reprodutiva.

Estudos sobre a recuperação espermática

Um estudo recente analisou os efeitos do uso de EAAs na fertilidade masculina, avaliando homens com histórico prévio de consumo dessas substâncias. A amostra incluiu indivíduos de diferentes idades, tempo de uso e dosagem. Os métodos de análise envolveram exames hormonais (testosterona, LH e FSH) e avaliações da qualidade do sêmen (contagem, motilidade e morfologia dos espermatozoides).

Os pacientes foram acompanhados após a interrupção dos EAAs, e aqueles com recuperação insuficiente – caracterizada pela persistência de azoospermia ou oligozoospermia severa (<5 milhões/mL) e baixos níveis hormonais após 6 a 12 meses – foram submetidos a terapias de estimulação hormonal com citrato de clomifeno (50 mg/dia) ou hCG (2.000 UI, três vezes por semana).

Resultados do tratamento e perspectivas

A duração média do tratamento com hCG e Clomifeno foi de cinco meses. Aos três meses de tratamento, os níveis hormonais médios eram:

  • Testosterona: 328 ng/dL
  • FSH: 3,7 mIU/mL
  • LH: 2,5 mIU/mL

Ao final do tratamento, os pacientes foram contatados para avaliar os desfechos gestacionais. Apenas 37,5% dos indivíduos apresentaram gestação confirmada, sendo que um terço dessas ocorrências foram obtidas por meio de técnicas de reprodução assistida, como fertilização in vitro (FIV) ou inseminação intrauterina.

Além disso, a dose cumulativa de esteroides foi diretamente proporcional à gravidade da supressão espermática. Indivíduos que utilizaram doses elevadas ou ciclos prolongados (acima de dois anos) apresentaram menor taxa de recuperação espermática e, em muitos casos, permaneceram com contagem subótima (>5 milhões/mL, mas <15 milhões/mL).

Efeitos irreversíveis

Os achados do estudo revelaram que, após seis meses de tratamento, a maioria dos homens com oligospermia severa ou azoospermia não apresentou melhora significativa na contagem espermática. Apenas 30,1% evoluíram para oligospermia, enquanto 16,7% alcançaram normozoospermia. Em contrapartida, 52,3% dos pacientes permaneceram com oligospermia severa ou azoospermia, reforçando a necessidade de desenvolver terapias mais eficazes e um acompanhamento médico rigoroso para ex-usuários de EAAs que desejam recuperar sua fertilidade.

Esses resultados evidenciam os riscos do uso indiscriminado de esteroides anabólicos e a importância da conscientização sobre os impactos negativos na saúde reprodutiva masculina. Nesses casos, buscar orientação médica especializada é fundamental para avaliar as melhores opções de tratamento, antes que os efeitos sejam, de fato, irreversíveis.

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FONTE: https://doi.org/10.1210/clinem/dgab236

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