É bem conhecido que a administração de esteróides anabólicos androgênicos exógenos (EAA) leva à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-testicular (HPT) masculino por meio de feedback negativo.
Assim, os homens que fazem mau uso de EAA para fins atléticos ou para aparência pessoal correm o risco de desenvolver hipogonadismo induzido por EAA, especialmente se ingeriram EAA por períodos prolongados.
Os sintomas de hipogonadismo induzido por EAA geralmente aparecem durante a fase de abstinência após completar um curso de uso de EAA e são geralmente caracterizados por libido diminuída ou ausente, função erétil prejudicada e, às vezes, por sintomas de depressão.
Os sintomas depressivos podem ocasionalmente tornar-se graves, levando até mesmo a tentativas de suicídio ou suicídio bem-sucedido em casos raros.
A frequência e o mecanismo desses episódios depressivos maiores não são claros, mas estudos clínicos sugerem que a predisposição para a depressão é idiossincrática, com a maioria dos homens hipogonadais apresentando poucos sintomas depressivos, enquanto uma minoria mostra sintomas graves.
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Além disso, mesmo entre os homens que não desenvolvem depressão durante a retirada do EAA, os sintomas de desejo e função sexual prejudicada podem ser suficientes para levá-los a retomar o uso do EAA como método de autotratamento dos sintomas de hipogonadismo.
Assim, o hipogonadismo pode perpetuar o uso repetido de EAA, levando eventualmente à dependência – uma síndrome “viciada em hormônios” proposta pela primeira vez há 25 anos e observada por vários pesquisadores subsequentes.
Infelizmente, no entanto, o problema do hipogonadismo induzido por EAA raramente é discutido na literatura psiquiátrica ou de abuso de substâncias, e a maioria dos estudos disponíveis veio de urologistas e endocrinologistas.
Esses estudos sugeriram que o hipogonadismo induzido por EAA pode ser mais comum e mais persistente do que geralmente se reconhece.
@dr.staak
@fersalvador
Referência:
doi:10.1111/add.12850
