Entenda a fisiologia do GH, seu papel real no corpo humano e por que ele é utilizado mais como anti-catabólico do que como anabólico

O hormônio do crescimento (GH) é um dos hormônios mais emblemáticos do universo da performance esportiva — mas também um dos mais mal compreendidos. Embora muitos associem seu uso a ganhos expressivos de massa muscular, a realidade fisiológica é diferente: o GH exerce seus efeitos principais como anti-catabólico e lipolítico, e não como anabólico direto.
Neste artigo, exploramos como o GH funciona, o que a ciência realmente diz sobre seus efeitos no corpo e por que, mesmo com limitações anabólicas, ele ainda é uma escolha popular entre atletas.
Como o GH é produzido e regulado
O GH é um hormônio peptídico produzido pelas células somatotróficas da adeno-hipófise. Sua liberação ocorre em pulsos e é controlada por dois hormônios hipotalâmicos:
- GHRH (Hormônio liberador do GH): estimula a secreção de GH.
- Somatostatina (SS): inibe a liberação de GH.
A dinâmica dos pulsos de GH é influenciada por fatores como:
- Sexo
- Idade
- Sono
- Estado nutricional
- Composição corporal (percentual de gordura)
Esse sistema é regido por um mecanismo de feedback negativo: altos níveis de IGF-1 (principal mediador dos efeitos do GH) inibem o eixo, diminuindo a produção de GH endógeno.
GH e IGF-1: uma relação fundamental para o crescimento
O GH não age diretamente como agente anabólico no músculo. Em vez disso:
- Estimula o fígado e os músculos a produzirem IGF-1 (Insulin Growth Factor-1).
- O IGF-1 é o verdadeiro responsável por promover síntese proteica e regeneração tecidual.
O exercício resistido, por sua vez, também estimula a liberação de GH e potencializa a síntese de IGF-1 muscular (mIGF-1), fortalecendo o efeito regenerativo e protetor no sistema musculoesquelético.
GH é realmente anabólico?
Apesar da fama, a literatura é clara: o GH isoladamente tem baixa capacidade anabólica em indivíduos saudáveis.
O que o GH faz:
- Reduz o catabolismo proteico, minimizando a perda muscular em situações de restrição calórica;
- Aumenta os níveis séricos de IGF-1 em até 3 vezes após administração exógena.
O que o GH não faz:
- Não é suficiente para positivar o balanço nitrogenado (marcador direto de ganho de massa muscular).
Resumindo: o GH é anti-catabólico, mas não é anabólico de forma expressiva como muitos imaginam.
Então, por que atletas utilizam GH?
Mesmo com uma capacidade anabólica limitada, o GH tem propriedades que o tornam interessante em contextos de performance:
- Lipólise: promove queima de gordura corporal, auxiliando na definição muscular;
- Fortalecimento do tecido conjuntivo: acelera a maturação do colágeno e o turnover ósseo, reduzindo o risco de lesões;
- Recuperação tecidual: relatos indicam melhora na cicatrização de lesões e na qualidade da pele e da visão;
- Sinergia com esteroides anabolizantes: em conjunto com outras drogas, potencializa a melhora da composição corporal.
No entanto, é fundamental compreender que o GH é “a cereja do bolo”, e não o alicerce da transformação física.
Conclusão: GH tem seu valor — mas com limites claros
O GH é um aliado importante para:
- Preservar massa magra em déficit calórico;
- Otimizar a queima de gordura;
- Acelerar a regeneração de tecidos.
Mas esperar que ele seja o responsável primário por grandes ganhos de massa muscular é um erro. A base para hipertrofia continua sendo:
- Treinamento de força estruturado;
- Nutrição adequada;
- Sono reparador.
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Referências:
doi: 10.1038/bjp.2008.153
doi: doi.org/10.1590/S0102-86502000000700017