A vitamina D é importante na regulação da transcrição de genes na maioria dos tecidos, dessa forma sua deficiência pode afetar vários órgãos impactando negativamente na performance. Dentro do contexto dos atletas, em algumas regiões com baixa incidência solar, o risco da deficiência aumenta havendo, muitas vezes, a necessidade de reposição, sobretudo para atletas que praticam esportes em locais fechados.
Mas o que seria deficiência?
Segundo o consenso de suplementação dietética de 2018, ainda não há na literatura concentração sérica de 25-hidroxivitamina D que define deficiência, suficiência e um limite superior tolerável no contexto dos atletas.
A necessidade de suplementar depende da exposição aos raios UVB e do tipo de pele. No entanto, as evidências apontam alguns valores que podem guiar a prática clínica. Assim como na população geral, valores menores que 20 ng/ml, não há dúvida: necessitam de reposição. Quando a dosagem está entre 20 e 30 ng/ml a reposição é questionável, entretanto a depender do contexto em que o atleta está inserido, pode ser realizada
Por outro lado, valores entre 30 e 40 ng/ml, na maioria dos casos a reposição é desnecessária, sem prejuízos à performance. E por fim, valores maiores que 40 ng/ml, aparentemente não há benefício em repor.
Dessa forma, é importante que o médico que acompanha atletas realize a reposição quando houver necessidade, visando a melhora da performance e a manutenção da saúde. Entretanto, é essencial acompanhar a reposição com as dosagens séricas da 25-hidroxivitamina D para evitar a hipervitaminose e suas complicações.
É essencial que os profissionais de saúde acompanhem de perto os atletas, avaliando regularmente os níveis sanguíneos de vitamina D durante a reposição para evitar a hipervitaminose e seus riscos. Lembre-se de que o equilíbrio é fundamental: nem sempre mais é melhor.
Esse discurso de “quanto mais vitamina D melhor”, definitivamente não é adequado.
Referência:
doi: 10.1136/bjsports-2018-099027
Dr. Marcos Staak Jr | Médico | CRM-SC 17642
@osmanvieira
