Temos que diferenciar 2 situações: uso de testosterona como terapia de reposição, em homens com hipogonadismo, e uso de testosterona como droga de performance em homens eugonadais.
Quando não há disfunção, o uso de testosterona de forma contínua acarreta em diversos efeitos colaterais.
Aqueles indivíduos que usam esteróides anabólicos / androgênicos (EAA) por longos períodos de tempo sem interrupção, correm um risco maior de que essas mudanças negativas nos marcadores de saúde resultem em problemas a longo prazo.
O principal problema é o fato de que o abuso de EAA pode promover doenças cardíacas, a causa número 1 de morte entre os homens. A doença cardíaca é uma doença de progressão lenta, que pode se desenvolver por décadas sem sintomas. O abuso de EAA pode acelerar o processo de deposição de placas nas artérias e também induzir outras alterações no sistema cardiovascular que podem aumentar a suscetibilidade a derrames ou ataques cardíacos. A grande maioria das mortes para as quais os EAA contribuíram não são relatadas por esse motivo. De acordo com um estudo de base populacional, usuários de EAA tiveram um risco 4,6 vezes maior de morte precoce por todas as causas, incluindo suicídio, em comparação com não usuários.
Já no hipogonadismo, o tratamento de reposição de testosterona adequado causa uma série de benefícios.
Os efeitos desejáveis da administração de testosterona incluem o desenvolvimento ou manutenção de características sexuais secundárias e aumentos na libido, força muscular, massa livre de gordura e densidade óssea. A testosterona também foi postulada para melhorar o humor e a cognição.
Porém, mesmo nesses indivíduos, os efeitos indesejáveis relacionados diretamente com a testosterona incluem acne, doenças da próstata (como sintomas de hiperplasia prostática benigna [BPH]), apneia do sono e eritrocitose.
