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Uso do HCG para a recuperação da espermatogênese em homens que usaram EAA

Nós sabemos que quando o indivíduo faz uso dos esteróides anabólicos androgênicos, seus níveis de LH, FSH e testosterona caem devido ao mecanismo de feedback negativo no eixo HPT. Ao diminuir o LH, os homens têm sua espermatogênese prejudicada, pois o hormônio luteinizante é responsável pela produção dos espermatozóides.

Na maioria dos homens, ao pararem o uso dos anabolizantes a produção de LH pela hipófise volta ao normal. Na realidade, 67% dos homens que utilizaram EAA voltam a ter uma uma concentração de espermatozoides favorável à fertilização (>20milhões/ml) dentro de 6 meses após cessar o uso das drogas.

No entanto, em alguns casos, os homens demoram até 2 anos para voltar aos níveis capazes de fecundar. Pensando nesse cenário, em que a fertilidade é desejada, o uso de hCG se torna uma alternativa para recuperar a condição de fertilização mais rapidamente.

Uma revisão feita por J. Abram McBride mostrou que a maioria dos tratamentos para esses casos começa com doses de hCG entre 1,500 a 5,000 UI, 2x a 3x/ semana durante três a seis meses. Caso o paciente continue apresentando azoospermia ou oligospermia, faz-se a introdução de FSH recombinante nas doses de 75 a 400 UI, 2x a 3x/semana.

Outra alternativa de tratamento surgiu de um estudo feito por Evan P Walker que mostrou que pacientes azoospérmicos ou severamente oligospérmicos se beneficiaram da associação entre 3,000 UI de hCG com anastrozol, citrato de clomifeno, FSH ou tamoxifeno e recuperaram a condição de fertilidade dentro de 4 meses.

Em relação às dosagens exatas e as melhores associações possíveis, cada caso é um caso. Cabe ao médico avaliar a situação e individualizar o tratamento para que o paciente tenha o resultado esperado.

Referências:

doi: 10.21037/tau.2018.04.11
doi: 10.4103/1008-682X.173938
doi: 10.1111/jsm.12890

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