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Utilizo doses suprafisiológicas de EAA e meu estrogênio deu alto, e agora?

Inicialmente é importante destacar que a conversão de testosterona em estrogênio é um processo fisiológico e que possui diversas funções no organismo masculino. Por volta de ¾ do estrogênio masculino provém do processo de aromatização pela enzima CYP19 (aromatase).

O estrogênio no homem possui efeito positivo na mineralização óssea, proteção e desenvolvimento do sistema nervoso central e no perfil lipídico, por exemplo. Portanto, não apenas o sexo feminino se beneficia da presença do estrogênio em doses adequadas.
O medo da ginecomastia e retenção hídrica em usuários de esteróides anabólicos androgênicos (EAA) leva a utilização de estratégias farmacológicas, injustificadas, com o intuito de abaixar os níveis de estradiol. Cerca de 0,2 a 0,5% da testosterona é convertida em estrogênio pela aromatase, seguindo assim uma relação testosterona/estradiol maior que 20. Logo, quanto maior a quantidade do substrato da enzima (testosterona), maior a conversão de testosterona em estrogênio em valores absolutos, entretanto seguindo essa proporção.

Se os níveis fisiológicos vão até por volta de 900 ng/dL (média de 600), obviamente que indivíduos fazendo uso de doses suprafisiológicas que alcançam 2, 3 até 5 vezes (ou mais) os valores de testosterona irão alcançar valores de estrogênio acima dos valores de referência sem alterar a relação T/E.

Sendo assim, utilizar inibidores de aromatase com o intuito de reduzir o estrogênio de forma profilática, possui muito mais riscos do que benefício no contexto de uso de EAA para fins de performance/estética.

Como tudo na medicina, individualizar com bom senso e habilidade no manejo clínico é essencial para melhor eficácia e segurança em qualquer contexto que seja, isso não exclui a utilização de EAA. Procure um médico que saiba o que está fazendo, isso sim trará benefícios para sua saúde.

PMID: 25905231 – Handelsman DJ. Androgen Physiology, Pharmacology, Use and Misuse. [Updated 2020 Oct 5]. In: Feingold KR, Anawalt B, Boyce A, et al., editors. Endotext [Internet]. South Dartmouth (MA): MDText.com, Inc.; 2000-2022

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