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Estrogênio além do óbvio: Saiba mais!

No meio esportivo muito se comenta sobre as variadas funções do GH, IGF-1, hormônios tireoidianos, insulina, testosterona e outros hormônios androgênios, porém pouca atenção é dada ao estrogênio. Inclusive, muitas vezes, o “hormônio feminino” se torna demonizado pelos usuários de esteróides anabolizantes, que desenvolvem uma “fobia à aromatização” e acabam usando inibidores de aromatase em excesso ou algumas vezes, sem necessidade.⁣

Há funções fisiológicas importantes relacionadas ao estrogênio que vão desde a regulação do metabolismo energético, termogênese e modulação do tecido cartilaginoso, até a modulação do humor, libido e fome. Para entender todas essas atividades, vamos dividir as funções do estrogênio, principalmente o estradiol (E2), em ações centrais (Sistema Nervoso) e ações Periféricas (corpo).⁣

As ações desse hormônio são mediadas por receptores de estrogênio, principalmente do tipo ERalfa e ERbeta, tanto no sistema nervoso quanto no corpo. Existem áreas do cérebro ricas em receptores de estrogênio ERalfa, como o Núcleo Arqueado (ARC), Núcleo Ventromedial do Hipotálamo (VMH), Núcleo Paraventricular e Área Préoptica. Estas áreas coincidentemente estão muito ligadas ao controle do humor, comportamento geral e sexual e modulação do balanço energético.⁣

O E2 tem a capacidade de agir nos neurônios do ARC e VMH ativando a mesma via metabólica da leptina, que leva à saciedade. Por exemplo, os níveis baixos de E2 na menopausa estão associados à hiperfagia, redução do gasto energético e ganho de peso.

Também no VMH o E2 consegue estimular a termogênese utilizando da estimulação do Sistema Nervoso Simpático e de forma indireta a estimulação da atividade metabólica da gordura marrom. Isso explica parcialmente as ondas de frio e calor também experienciadas na Menopausa, quando há uma baixa no E2. Ainda no cérebro o E2 é capaz de sensibilizar os receptores de serotonina e estimular as ß-endorfinas, atuando assim na modulação do humor e na sensação de prazer.⁣

Como dito no texto anterior, o Estradiol (E2) pode sensibilizar os receptores de serotonina, assim como afetar na sua quantidade estimulando a expressão dos mesmos, a partir desses efeitos, o estrogênio é capaz de modular o humor, a cognição, as emoções e, consequentemente, o estado mental.⁣

O papel do E2 na libido ainda não é bem elucidado, porém, estudos demonstram que homens com hipogonadismo ao receber doses de E2 apresentam aumento significativo na libido, além disso, no mesmo estudo foi demonstrado que níveis de estradiol abaixo de 5 ng/dL está relacionado a uma baixa na libido e potencial disfunção erétil.⁣

O papel periférico mais importante do estrogênio está na modulação da construção de tecido nos tendões e articulações, o E2 desempenha esse papel ao influenciar na atividade mitótica dos condrócitos. A baixa do hormônio está ligada a maior incidência de lesões em atletas. Porém, o hormônio também possui certa influência sobre a gordura no corpo exercendo um controle sobre a diferenciação, distribuição e fibrose dos adipócitos.⁣

Com estes textos buscamos abordar de forma rasa algumas ações do estrogênio pouco conhecidas pelo público geral e, assim, demonstrar a importância do equilíbrio entre os hormônios na manutenção da homeostase. Não existem hormônios mágicos que resolvam todos os problemas de um organismo, assim como não existem hormônios que só atrapalham. A endocrinologia é uma sinfonia complexa sempre em busca do equilíbrio.⁣

Texto com @epaese pelo @padrinho_med

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