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Reposição de testosterona aumenta risco cardiovascular?

Grande parte dos estudos fornece dados enviesados quando avaliamos a metodologia, a seleção de sujeitos, entre outros dados.⁣

Em um estudo de coorte retrospectivo de 8.709 homens com idades entre 60 e 64 anos com baixas concentrações de testosterona sérica (<300 ng/dL) submetidos à angiografia coronariana, os homens que posteriormente receberam prescrição de testosterona tiveram um risco maior de um resultado composto de mortalidade por todas as causas, infarto e acidente vascular cerebral do que os homens que não tomaram testosterona. Porém a diferença foi de apenas 1,3% (11,3% versus 10% dos pacientes). Um viés de seleção é que uma alta porcentagem de homens na coorte tinha comorbidades, incluindo mais de 80% já com com doença aterosclerótica coronariana prévia. ⁣



Um 2º estudo de coorte retrospectivo examinou registros de 55.593 homens que haviam recebido terapia com testosterona. Eles encontraram um aumento no risco de infarto em homens nos 3 meses após o início da terapia com testosterona. No entanto, o risco absoluto era muito baixo: 1,25 casos adicionais por 1000 pacientes-ano. A concentração sérica de testosterona pré-tratamento não foi um dos fatores para inclusão neste estudo, portanto não se sabe se os homens eram hipogonadais (outro viés de seleção).⁣

A via de administração da testosterona pode estar associada a riscos. Em uma análise retrospectiva de três bancos de dados que incluíram mais de 544.000 homens recebendo terapia de testosterona recém-prescrita, o uso de preparações de testosterona injetáveis ​​(que resultam em concentrações suprafisiológicas intermitentes de testosterona sérica) foi associado a um maior risco de infarto e acidente vascular cerebral, quando comparado com o uso de gel de testosterona.⁣

Porém este estudo não avaliou a segurança da terapia com testosterona em usuários versus não usuários, nem forneceu informações sobre as indicações para terapia com testosterona. Os riscos aumentados absolutos de infarto e AVC foram baixos (1-5 eventos adicionais/1000 pacientes-ano).

@dr.staak
@_guilherme.adami

Referência:

doi: 10.1016/j.jsxm.2018.04.641

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