Tenho visto muita postagem “passando a mão na cabeça” no que diz respeito aos efeitos deletérios do esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) no sistema cardiovascular, especificamente no coração.
Sem compactuar com esse tipo de conteúdo, trago aqui estudos bem desenhados e boa documentação e embasamento teórico para que o meu público possa formar suas próprias opiniões.
Mais um vez, sem demonização e sem apologia, o que divulgo aqui são fatos com compromisso científico, juntamente com minha opinião sobre a temática.
Os efeitos do uso de EAA na atividade autonômica cardíaca de atletas em termos de sensibilidade barorreflexa (BRS) e variabilidade da frequência cardíaca (VFC) ainda não foram adequadamente estudados.
Além disso, não há informações que descrevam a possível relação entre a remodelação cardíaca estrutural e funcional e as alterações do sistema nervoso autônomo cardíaco causadas pelo abuso de EAA.
A remodelação do ventrículo esquerdo (VE), caracterizada por aumento da hipertrofia do VE e diminuição da função sistólica e diastólica, é observada em atletas treinados em força que usam EAA.
Estudos prévios sugeriram um remodelamento patológico com aumento da fibrose cardíaca nesses atletas, o que poderia promover dissincronia intraventricular.
Dados bioóticos recentes mostraram que em atletas sob os efeitos farmacológicos do EAA, um aumento focal no conteúdo de colágeno miocárdico pode ocorrer como mecanismo de reparo contra dano miocárdico.
Vários anos após o uso indevido crônico de EAA, atletas de força mostram um comprometimento subclínico da função miocárdica sistólica e diastólica, fortemente associada à dosagem média e duração do uso de EAA.
@dr.staak
@jao_diniz
Referência:
doi: 10.3390/ijerph18136974.