Quem nunca ouviu a célebre frase: “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”.
Será mesmo que o uso de uma testosterona traz tantos riscos como o propagado?
Para isso, vou ilustrar com exemplos de outros fármacos.
O primeiro deles é o paracetamol. Este é um medicamento amplamente utilizado em adultos e crianças como analgésico. Porém o paracetamol tem sido associado à insuficiência hepática aguda, às vezes resultando em transplante de fígado e morte. A hepatotoxicidade geralmente está associada à ingestão excessiva. A dose máxima recomendado é de 4 g por dia em adultos.
O outro medicamento é a Ritalina. Amplamente utilizada pra tratar crianças com TDAH, ou mesmo por adultos que querem melhorar sua capacidade cognitiva. O tratamento estimulante do sistema nervoso central é associado à morte súbita em crianças e adolescentes com anormalidades cardíacas e morte súbita. Acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio foram relatados em adultos. Os estimulantes devem ser evitados em pacientes com anormalidades cardíacas, cardiomiopatia, anormalidades do ritmo cardíaco, doença arterial coronariana, ou outros problemas cardíacos.
E a pobre da testosterona? A maior parte dos estudos de RELATO DE CASO que mostram eventos adversos sequer sabiam da condição de saúde do usuário previamente ao uso. Sabe-se do fator PROTETOR cardiovascular do uso de testosterona em idosos com hipogonadismo. Então nem sempre o cara usa testo e terá infarto.
O problema, na maior parte dos casos, está na dose! Assim como o paracetamol. Você usa 10 comprimidos de paracetamol para tratar uma dor de cabeça? Se usar, não tem uma chance muito maior de dar problema? E se usar 10x a dose de testosterona, não é a mesma coisa? O efeito negativo pode estar mais relacionado à dosagem do que ao fármaco!
E em comparação à Ritalina – se eu já tenho uma anormalidade cardíaca, por exemplo, devo evitar o uso. E quantos aí de vocês sequer passaram por um exame físico decente com um bom médico antes de iniciar o uso “recreativo” de hormônios?
O problema está na inconsequência dos indivíduos que acham que sabem o que estão fazendo.
O pior burro, é o burro com iniciativa.