A atual epidemia de obesidade é impressionante em termos de magnitude e impacto na saúde pública. Cerca de 60% dos brasileiros atualmente encontram-se acima do peso (sobrepeso ou obesidade).
As diretrizes atuais recomendam a restrição contínua de energia (RCE), juntamente com uma intervenção abrangente no estilo de vida como a pedra angular do tratamento da obesidade, mas essa abordagem produz, em média, uma modesta perda de peso. Muito provavelmente a falta de resultado está relacionada ao pobre acompanhamento dos profissionais de saúde, que acabam avaliando o paciente após longos períodos (>4 semanas).
Recentemente, houve um interesse crescente em identificar estratégias alternativas de perda de peso na dieta que envolvam restringir a ingestão de energia a determinados períodos do dia ou prolongar o intervalo de jejum entre as refeições (ou seja, restrição energética intermitente, REI).
Essas estratégias incluem:
1️⃣ Jejum intermitente (JI), onde há 60% de restrição de energia em 2 a 3 dias por semana ou em dias alternados
2️⃣ Alimentação por restrição de tempo (ART), onde há um limite de tempo diário de ingestão de alimentos de 8-10h ou menos, na maioria dos casosda
Revisando estudos randomizados de duração igual ou superior a 8 semanas, realizados em adultos com sobrepeso ou obesidade (IMC ≥ 25 kg / m2), nos quais comparou-se REI (sendo FMI ou TRF) com o RCE, sendo o desfecho primário a perda de peso.
No geral, as evidências disponíveis sugerem que as estratégias de REI produzem perda de peso equivalente quando comparados com o RCE. Ou seja, não há superioridade na perda de peso se é feito jejum intermitente ou não, quando comparamos com qualquer outra modalidade de restrição calórica.
Jejum perde mais peso? Não! Jejum é uma estratégia amplamente mal empregada, mal orientada, mal prescrita e, na imensa maioria dos casos, totalmente desnecessária para o emagrecimento.
@dr.staak
@olegariojsf