O Decanoato de Nandrolona, mais conhecido pelo seu nome comercial Deca Durabolin, é um esteroide derivado da 19-nortestosterona muito utilizado por fisiculturistas principalmente no período de offseason, pois seu efeito progestagênico melhora a lubrificação articular, reduzindo as dores e permitindo levantar mais cargas, bem como aumenta a retenção hídrica, o que contribui para o aumento de peso bruto e da força também.
Mas será que a Nandrolona seria um vilão no processo de emagrecimento? A verdade é que temos um viés aqui, pois como ela é utilizada principalmente em períodos de bulking, é natural que ocorra aumento de retenção e de gordura por conta da dieta com superávit calórico, e não pelo EAA em si. Desse modo, as pessoas acabam associando a Deca aos ganhos brutos sem tanta qualidade.
Mas o estudo Hartgens e colegas mostrou um resultado que contradiz o senso comum. Nesse estudo do tipo randomizado, duplo-cego com grupo controle placebo, eles selecionaram 16 fisiculturistas homens e fizeram a administração de 200mg/semana. Foram realizadas duas medidas antropométricas através da DEXA, dobras cutâneas e circunferências com 8 semanas de uso e 6 semanas após a cessação.
O resultado foi o aumento de +2,6kg de massa corporal total, mas o mais interessante foi que a massa magra livre de osso aumentou +3,52kg, principalmente no tronco (+ 2,03 kg) e nas pernas (+ 1,08 kg). Além disso, a porcentagem de gordura nas pernas diminuiu -1,9% e permaneceu baixa mesmo após as 6 semanas de cessação. A massa mineral óssea permaneceu inalterada.
Porém, não foi percebida alteração significativa nas dobras cutâneas indicando que não houve alteração na massa gorda total e no %BF, enquanto a porcentagem de gordura diminui apenas nas pernas, o que foi corroborado pelo DEXA.
Portanto, percebemos que todo EAA tem o potencial de aumentar a massa magra mas que o mandatório no processo de perda de gordura e diminuição da retenção dependem mais da dieta do que da propriedade individual do esteroide utilizado.
Texto em parceria com João Victor.
Referência:
doi: 10.1055/s-2001-18679
