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Tratamento farmacológico da insônia: conheça as possibilidades terapêutica

A insônia é um problema comum que envolve dificuldades para iniciar ou manter o sono, causando sofrimento e prejuízos nas atividades diárias. Cerca de 10% da população geral enfrenta essa condição. Geralmente, a insônia está associada a condições físicas ou psiquiátricas, mas a relação entre elas é complexa e pode ocorrer em ambas as direções.

O diagnóstico clínico de insônia é baseado na queixa de dificuldade para iniciar o sono, dificuldade para manter o sono ou despertar precoce pela manhã e consequente disfunção diurna. Existem diversos tratamentos disponíveis para a insônia, incluindo terapias não medicamentosas como higiene do sono, terapia cognitivo comportamental e técnicas de relaxamento.

Nesse post, abordamos as opções terapêuticas medicamentosas efetivas na prática clínica, considerando as evidências de pesquisa disponíveis.

OS BENZODIAZEPÍNICOS
Insônia. São uma classe de medicamentos que possuem propriedades sedativas, ansiolíticas, hipnóticas, anticonvulsivantes e relaxantes musculares. Eles agem no sistema nervoso central, mais especificamente nos receptores GABA-A. Ao se ligarem aos receptores, os benzodiazepínicos aumentam a atividade do neurotransmissor GABA, que é responsável por inibir a atividade neural. O triazolam, flturazepam, temazepam, quazepam e estazolam demonstraram ter efeitos terapêuticos no início e na manutenção do sono em estudos controlados por placebo com adultos jovens. Os benzodiazepínicos são eficazes na redução da latência do sono e no aumento da duração total do sono.

AS”Z-DROGAS”
São um grupo de compostos que atuam de maneira semelhante aos benzodiazepínicos, porém possuem uma estrutura química diferente. Esses medicamentos podem ter efeitos clínicos menos abrangentes, mas também são eficazes no início e na manutenção do sono. Em estudos duplo-cegos controlados por placebo, o zaleplon mostrou eficácia no início do sono, enquanto o zolpidem de liberação prolongada, a zopiclona e a eszopiclona foram eficazes tanto no início quanto na manutenção do sono.

OS AGONISTAS DOS RECEPTORES DE MELATONINA.
A melatonina é um hormônio naturalmente produzido pela glândula pineal durante o período escuro do dia, e sua suplementação pode melhorar o sono. Ainda não se compreende completamente o mecanismo pelo qual a melatonina exerce seus efeitos, mas sabe-se que ela se liga principalmente aos receptores MT1 e MT2. Estudos têm demonstrado que a melatonina é eficaz em casos de síndrome de atraso da fase do sono e pode ter um efeito modesto na redução da latência do início do sono em pessoas com insônia. A dose utilizada vai de 1mg a 5mg.

OS ANTAGONISTAS H1 SELETIVOS
São medicamentos que bloqueiam a ação das orexinas, substâncias responsáveis por promover a vigília e o despertar. Ao bloquear esses neurotransmissores, os antagonistas H1 seletivos promovem o sono. Um exemplo de antagonista H1 seletivo é o suvorexant, que bloqueia os receptores de orexina A e B. Estudos controlados por placebo têm demonstrado que o suvorexant é eficaz no início e na manutenção do sono em pacientes com insônia, em doses de 10 a 40 mg.

ANTIDEPRESSIVOS
Também são utilizados no tratamento da insônia. Esses medicamentos podem melhorar o sono ao bloquear neurotransmissores que aumentam a vigília, como a norepinefrina, histamina, acetilcolina e serotonina. Entre os antidepressivos comumente utilizados para tratar a insônia estão a trazodona, doxepina, mirtazapina e amitriptilina.
Desses, a doxepina foi o único medicamento que demonstrou eficácia em estudos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo em pacientes com insônia, na faixa de dosagem de 25 a 50 mg.

 

Referência:
doi: 10.1002/wps.20674

Dr Marcos Staak Jr | Médico | CRM-SC17642
@guireiss

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