A testosterona é mais do que um hormônio relacionado à libido. Ela está no centro da regulação metabólica, óssea, muscular e reprodutiva do corpo masculino — e sua ação se dá por vias extremamente complexas que envolvem produção, transporte, metabolização e retroalimentação hormonal.
Onde ela é produzida?
Nos testículos, mais precisamente nas células de Leydig, que ficam localizadas entre os túbulos seminíferos — estruturas envolvidas na produção de espermatozoides. Essas células são ativadas pelo hormônio LH (luteinizante), liberado pela hipófise anterior.
Como se dá a síntese da testosterona?
O processo começa com o transporte de colesterol até a mitocôndria da célula de Leydig, por meio da proteína StAR. Lá, o colesterol é convertido em pregnenolona e, posteriormente, em progesterona, que se transforma em androstenediona. Finalmente, a androstenediona se converte em testosterona com a ação da 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase.
Como ela atua no corpo?
Em circulação, a maior parte da testosterona está ligada à SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais) e à albumina, o que regula a fração biologicamente ativa do hormônio.
Nas células-alvo, a testosterona atua de três formas:
- Diretamente no receptor androgênico
- Convertida em DHT (di-hidrotestosterona) pela enzima 5α-redutase
- Convertida em estradiol pela aromatase
Quais são seus efeitos no organismo?
Além das funções sexuais e reprodutivas, a testosterona:
- Aumenta a formação óssea e reduz a reabsorção dos ossos
- Estimula a síntese proteica e inibe sua degradação
- Reduz o acúmulo de gordura corporal e aumenta a lipólise
- Favorece o metabolismo da glicose e o gasto energético em repouso
O que acontece na deficiência de testosterona?
Os sintomas variam conforme a fase da vida:
- Infância: crescimento limitado, anemia, atraso na puberdade
- Vida adulta: baixa energia, libido reduzida, perda muscular e óssea, anemia, queda de pelos e infertilidade
A deficiência androgênica pode afetar tanto a qualidade de vida quanto a saúde física e emocional, sendo essencial o diagnóstico e acompanhamento médico para avaliação da necessidade de terapia de reposição hormonal (TRT).
📚 Referências:
Molina, Patrícia E. – Fisiologia Endócrina
Nef S, Parada LF – Hormones in male sexual development
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