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A verdade oculta sobre açúcares e idosos

Açúcares e idosos. O envelhecimento populacional no Brasil está associado a transições epidemiológicas, com aumento das doenças não-transmissíveis (DCNT) como principais causas de morbidade e mortalidade. No Brasil, as DCNT representaram 74% das mortes em 2016; 39,5% dos idosos têm alguma doença crônica e 30% possuem múltiplas doenças associadas.

O alto consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras, sal e açúcar, é um fator-chave no desenvolvimento das doenças crônicas.

Foi realizado um estudo direcionado a averiguar a prevalência do consumo de açúcares de adição na alimentação de idosos e suas principais fontes alimentares. O estudo realizado adotou uma abordagem transversal para investigar o comportamento alimentar e a ingestão de açúcares de adição entre idosos, e essa abordagem transversal é caracterizada por coletar dados em um único ponto no tempo, permitindo a análise de associações e padrões em uma determinada população.

 

Variáveis de Estudo:

Critérios de inclusão: idade maior ou igual a 60 anos, residentes nas cidades, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família;

Critérios de exclusão: Tratamento quimioterápico.

Variáveis: sociodemográficas (sexo, faixa etária, etc.), saúde (IMC, diabetes, atividade física), consumo inadequado de açúcares.

 

Resultados e Inadequação do Consumo:

O estudo revelou que 66% dos idosos têm consumo inadequado de açúcares; alimentos ultraprocessados, como bolachas e embutidos, contribuem para essa tendência. Observou-se um maior consumo de açúcares entre mulheres, sem companheiro e com baixo peso; menor consumo entre portadores de diabetes.

 

Relação com Fatores Socioeconômicos:

Mulheres apresentaram maior contribuição de açúcares na dieta que homens; desigualdade social pode influenciar escolhas alimentares inadequadas.

Diabéticos e Ingestão de Açúcares: Indivíduos diabéticos tendem a consumir menos açúcares adicionados, apesar de desafios na adesão à dieta.

 

Variáveis do Estudo:
83,7% dos idosos com baixo peso apresentaram inadequação do consumo de açúcares; anorexia do envelhecimento e suas implicações.

 

Conclusões:

O estudo revelou resultados significativos sobre o comportamento alimentar dos idosos em relação à ingestão de açúcares. Destacou-se o consumo acima das recomendações, especialmente entre mulheres e idosos sem companheiro. A influência de fatores socioeconômicos e de saúde na qualidade alimentar foi evidenciada, ressaltando a importância de intervenções direcionadas.

 

Considerações Finais:

A análise entre grupos demonstrou um maior consumo e taxa de inadequação entre mulheres, que apresentaram 70% mais chances de ter consumo inadequado comparado aos homens. Tais resultados corroboram estudos anteriores. O estudo traz insights relevantes para orientações nutricionais e políticas de saúde, visando melhorar a qualidade alimentar dos idosos e reduzir os riscos associados às doenças crônicas.

 

Referência:

doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232023284.13112022

@matheus.sgarcia

Dr. Marcos Staak Jr | Médico | CRM-SC 17642

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