Durante a TPC, recuperar o eixo hormonal e restaurar a produção endógena de testosterona é prioridade.
Mas um fator frequentemente ignorado pode atrapalhar esse processo: o excesso de estradiol.
É aqui que o anastrozol, um inibidor da aromatase, entra como ferramenta estratégica.

O que é o anastrozol?
O anastrozol pertence à classe dos inibidores da aromatase, enzimas responsáveis por converter androgênios (como a testosterona) em estrogênios (como o estradiol).Em homens, esse processo ocorre naturalmente. No entanto, em contextos de TPC, o estradiol em excesso pode inibir o eixo hipotálamo-hipófise-testículo, dificultando a produção de testosterona endógena e a espermatogênese.
Mas estradiol não é vilão?
Não necessariamente.
Apesar de seu potencial de inibir o eixo em excesso, o estradiol tem funções importantes no homem:
- Saúde óssea
- Função cognitiva
- Desejo sexual
- Fertilidade
⚠️ Inibir estrogênios sem necessidade pode prejudicar saúde e performance.Por isso, individualizar o uso do anastrozol é essencial: ele deve ser reservado a casos de hiperestrogenismo real, e não usado de forma empírica.
O estudo: Clomifeno + Anastrozol na prática clínica
Alder et al. (2018) conduziram um estudo com 51 homens hipogonádicos e subférteis, sem uso recente de testosterona.
Protocolo:
- Clomifeno: 25–100 mg/dia ou em dias alternados
- Anastrozol (1 mg, 2–3x por semana): apenas para os com estradiol >50 pg/ml ou razão T/E2 <10
📊 Avaliações: FSH, LH, SHBG, testosterona total e livre, estradiol, PSA, hematócrito e espermograma (para alguns)
Resultados:
- Melhor controle do estradiol e da relação T/E2
- Aumento da concentração espermática após 3 meses de tratamento combinado
- Nenhuma alteração significativa em outros marcadores hormonais
✅ O grupo que recebeu Clomifeno + Anastrozol teve melhora nos parâmetros sem queda da fertilidade
Considerações importantes
O uso dessa combinação, embora com resultados promissores, ainda é off-label — e os autores não estudaram pacientes que haviam usado esteroides anabolizantes, que é justamente o foco da TPC.Por isso, qualquer extrapolação para pacientes pós-EAA deve ser feita com cautela e orientação médica.
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Referência científica:
Alder NJ, et al. BJU Int. 2018 Oct;122(4):688-694. doi: 10.1111/bju.14390