Cannabis é uma das drogas recreativas mais consumidas dos EUA e em todo o mundo. O seu componente ativo, D9-tetrahidrocanabinol (THC), se liga aos receptores canabinóides (CB1 e CB2) presentes no cérebro, sistema nervoso e também nos órgãos reprodutivos. Com isso, surge a necessidade de entender melhor seus efeitos sobre a testosterona.
Diversos estudos anteriores, entre a década de 70 e 90, avaliaram o uso de maconha e os níveis séricos de testosterona. Os estudos tiveram resultados inconsistentes, demonstrando que os níveis de testosterona eram mais baixos em usuários de maconha ou não apresentavam nenhuma diferença entre os níveis em usuários e não usuários.
Hoje, chamamos atenção para dois maiores e novos estudos realizados em 2015 e 2017.
O primeiro em 2015, realizado na Dinamarca, analisou 1.215 jovens com idade de 18 a 28 anos e relatou que a testosterona sérica era maior entre os usuários de maconha e do que os não usuários. Por outro lado, usuários de maconha tiveram uma redução na qualidade do semên.
O maior estudo, realizado até então em 2017 nos EUA, com 1577 homens avaliou a relação entre o consumo de maconha e a testosterona. Os resultados foram semelhantes ao estudo realizado na Dinamarca, confirmando um aumento de testosterona em usuários de cannabis.
Mas o estudo foi além, e relatou que o aumento dos níveis de testosterona estão mais relacionados com o uso recente da droga do que com a frequência de uso.
Referências:
doi:
10.1111/andr.12358
10.1093/aje/kwv135