Os esteroides anabólicos androgênicos são uma família de hormônios lipofílicos derivados de colesterol. Os usuários geralmente autoadministram seus medicamentos por períodos de tempo chamados “ciclos”. Há alguns posts atrás, citamos os possíveis transtornos causas/tratamentos. No entanto, a dependência de AAS não pode ser estudada prospectivamente sob condições laboratoriais, os estudos de campo atualmente representam as melhores evidências disponíveis.
Drogas que inicialmente eram utilizadas apenas por atletas, hoje estão sendo administrada cada vez mais cedo, principalmente por adolescentes (nos Estados Unidos 3% a 11% dos estudantes do sexo masculino fizeram uso durante o ensino médio).
Em um estudo animal em ratos e camundongos, o grupo que recebeu nandrolona tiveram os níveis de opioides endógenos e receptores seletivos em regiões límbicas, com aumento de 20X na beta-endorfina na área tegmental ventral e redução da dimorfina b no núcleo accumbens. Em outro grupo, o pré-tratamento com nandrolona aumentou os sintomas de abstinência para naloxona em camundongos dependentes de morfina, porém em um estudos em três macacos rhesus expostos a duas semanas de doses altas de testosterona, a naloxona não produziu nenhum efeito. Concluindo que a testosterona pode ser apenas um agonista opioide parcial.
Ao contrário de drogas clássicas de abuso, os AAS não produzem recompensa imediata na forma de intoxicação aguda.
Em um desses estudos, os usuários de heroína em abstinência, facilmente distinguiram injeções de morfina como recompensadoras e de testosterona ou placebo como não recompensadoras. Embora os AAS, produzam sentimentos de euforia e aumento da a autoconfiança, esses efeitos são inconscientes e lentos, não predispondo ao uso de drogas ilícitas.
Dependentes de AAS não se encaixam especificamente em critérios como os do DSM-V ou CID-10, estão presente apenas na classificação como dependência, já que esses critérios geralmente são aplicados para drogas altamente intoxicantes. Entender a natureza etiológica da doença é uma questão de saúde pública, além da compreensão dos riscos para desenvolver um tratamento adequado.