Os efeitos fisiológicos da desidratação induzida pelo exercício de alta intensidade tem sido estudado em vários aspectos, comparando-os entre indivíduos que não repõem essas perdas de líquido, indivíduos que repõem parcialmente e indivíduos que repõem totalmente.
Quanto maior a desidratação, menor é o volume plasmático (VP), e paralelamente a isso o volume de ejeção é reduzido proporcionalmente ao déficit de fluídos que ocorre durante a atividade, e um mecanismo compensatório seria o aumento da frequência cardíaca, o que acaba aumentando o esforço cardiovascular. Sendo assim, a redistribuição sanguínea para a periferia corporal é menor. Essa diminuição do VP pode ser revertida com a ingestão hídrica durante o exercício. Quanto maior a ingestão, menor é a variação desse volume, e o ideal é que a ingestão esteja equiparada ou sobreposta a quantidade perdida.
Outro mecanismo que se altera com a desidratação é a sudorese, que se trata de uma resposta para o controle da temperatura corporal, que nesse momento tende a estar mais alta do que o normal, e o corpo busca fazer a termorregulação, com o objetivo de evitar danos as funções vitais do organismo. Nesse ponto, estudos mostram que quanto mais acentuada a desidratação, menor é a taxa de sudorese, então consequentemente mais difícil é a redução da temperatura corporal aos níveis fisiológicos.
Por fim, esse desbalanço entre a perda e a reposição dos líquidos corporais durante intensa atividade pode gerar uma percepção subjetiva de esforço muito maior, o que leva o praticante a parar ou diminuir o ritmo da atividade em menos tempo do que seria o esperado.
Desta forma, a regra seria: quanto mais a ingestão de líquidos (água e bebidas esportivas) se aproximar da sudorese, menores serão os efeitos da desidratação sobre as funções fisiológicas e sobre o desempenho esportivo.
Algumas recomendações do American College of Sports Medicine é que o indivíduo ingira 500ml de líquido nas duas horas que antecedem o exercício, e que durante ingiram em quantidades suficientes para repor o líquido perdido de acordo com a sede e em intervalos regulares, sempre em temperatura menor que a do ambiente.
Referência:
https://www.scielo.br/j/rbme/a/7QD5xyBKdjsGf7KRqqkKGCK/?lang=pt#:~:text=O%20estado%20de%20hidrata%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9,para%20a%20sua%20pr%C3%A1tica%20constante.