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Enxaqueca e contraceptivos hormonais

A contracepção hormonal é um dos métodos mais utilizados pelas brasileiras e a maioria relata um período de enxaqueca relacionado à menstruação. O estrogênio que, fisiologicamente, tem o seu nível sanguíneo diminuído com a proximidade da menstruação é um gatilho para crises menstruais – como a cefaleia – no ciclo natural e também em mulheres que usam contraceptivos hormonais.⁣

Com base nisso, o Hospital Universitário de Zurique – com o objetivo de entender melhor em quais momentos acontecem essas crises – realizou um estudo com mulheres que usassem contraceptivos hormonais (comprimidos orais, adesivos ou anel vaginal) no regime padrão de 21 dias e com intervalo livre de hormônio de 7 dias. O estudo expôs que 64% das participantes tiveram enxaqueca durante o intervalo livre de hormônio. Baseado nesse estudo, há uma sugestão de que optar-se por contraceptivos hormonais com intervalos livres curtos ou a eliminação total do intervalo sem hormônio pode reduzir as crises de dor de cabeça pois desse modo evita a queda do nível estrogênico.⁣

Entretanto, é de extrema importância uma orientação médica para uma anticoncepção adequada pois o tipo de cefaleia e os sintomas analisados durante o uso precisam ser levados em conta para a escolha do anticoncepcional. Principalmente por mulheres que apresentam enxaqueca com aura – associação da dor de cabeça com sintomas neurológicos de natureza sensitiva e visual que surgem antes e durante as crises como perda de visão, pontos luminosos, dormência e formigamento. A Organização Mundial da Saúde faz contraindicação absoluta em contraceptivos combinados para mulheres com enxaqueca com aura acima dos 35 anos devido ao aumento do risco de doenças cardiovasculares. Há também riscos para as mulheres com enxaqueca com aura com menos de 35 anos e que são fumantes pois também podem ter problemas cardiovasculares.

Por isso, é crucial buscar uma avaliação médica para auxiliar na prevenção dessas crises! E além disso, como a enxaqueca não tem cura, seu tratamento deve ser baseado na junção de três hábitos: prática de atividades físicas, definição de padrões de sono e o manejo do estresse.

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