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Exercício em obesos: aeróbico ou treino resistido?

Muito se discute em relação a qual seria a modalidade de exercício mais indicada para o tratamento da obesidade. Há quem defenda o exercício aeróbico e há quem defenda o exercício resistido como principal forma. Mas enfim, qual dos dois seria mais indicado?

Na tentativa de responder essa pergunta, em 2014, um grupo de pesquisadores realizou um estudo clínico randomizado avaliando 304 adolescentes obesos de 14 a 18 anos divididos em 4 grupos: sem intervenção, exercício aeróbico, exercício resistido e combinado (aeróbico + resistido) por 6 meses.

Todos os grupos tiveram acompanhamento com nutricionista mantendo por volta de 250 kcal de déficit calórico diário, além disso a intensidade e volume dos exercícios foram calculados e pré-determinados por treinadores. O desfecho primário analisado foi o percentual de gordura e o resultado demonstrou que todos os grupos, com exceção do controle, diminuíram o percentual de gordura.

O grupo que associou as duas modalidades de treinamento demonstrou maior diminuição do percentual se comparado ao grupo que fez apenas aeróbico, no entanto não mostrou diferença significativa em relação ao grupo que realizou exercício resistido. Portanto, esse estudo mostra a tendência de superioridade do exercício combinado se comparado com apenas aeróbico, no entanto a não superioridade em relação ao treinamento resistido isolado no curto prazo.

Mesmo o exercício aeróbico, nesse estudo, demonstrando inferioridade em relação ao resistido para a diminuição do percentual de gordura, é sabido que essa modalidade possui inúmeros benefícios para a saúde como melhora do metabolismo oxidativo, capacidade metabólica, aptidão cardiorrespiratória e redução do risco cardiovascular. Portanto, fica evidente a importância de estimular a realização também dessa variedade.

Logo, primeiramente é essencial frisar a importância da realização de qualquer exercício para o tratamento da obesidade. Exercício bom é aquele que o paciente faz. Entretanto, é necessário deixar claro para o paciente os benefícios do exercício resistido para a perda e manutenção do peso perdido.

Uma vez que leva a alterações quantitativas na massa muscular esquelética e aumento da força muscular, melhorando, assim, a capacidade de treinabilidade do indivíduo e seu gasto energético.

Por fim, em um mundo ideal a combinação das duas modalidades, aparentemente, seria o que mais possui benefícios para a saúde do obeso. Obviamente que prescrito por um treinador para ajustar o binômio volume x intensidade ideal para o indivíduo. Além do mais, é importante salientar que o maior determinante para a perda de massa gorda é o déficit calórico alcançado pelo estilo de vida. Portanto, podemos inferir que os pacientes que realizaram o treinamento combinado, nesse estudo, conseguiram alcançar o déficit calórico com melhor eficácia.

Texto em parceria com Osman Vieira.

Referência:

doi:10.1001/jamapediatrics.2014.1392

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