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Finasterida e nandrolona: uma combinação potencialmente perigosa

A finasterida é um medicamento da família dos inibidores de 5 alfa-redutase (5-AR) que foi inicialmente projetado para o tratamento da hiperplasia benigna prostática (HPB) na dose de 5mg/dia. Porém, observou-se como um efeito secundário de sua administração a prevenção da queda de cabelo e o aumento no crescimento de novos fios. Nesse sentido, criou-se uma versão comercial da droga vendida em 1mg/dia para o tratamento da alopécia androgenética.

A nandrolona é um esteroide anabólico androgênico (EAA) derivado da testosterona, pertencente a família 19-nor, de grande potencial anabólico e anti-catabólico. Seu uso clínico está destinado ao tratamento de doenças crônicas que desgastam a musculatura do paciente (por exemplo, caquexia e AIDS), anemia e até no tratamento adjuvante da recuperação de grandes cirurgias ou traumas.

Em relação ao meio esportivo, a nandrolona é usada para o aumento de performance por conta das suas características anabólicos/anticatabólicas que promovem um balanço nitrogenado positivo facilitando a síntese proteica. Já a finasterida 1mg/dia é usada por muitos usuários recreativos de EAA que tentam evitar a queda de cabelo durante um ciclo de esteróides.

Essa combinação, no entanto, pode ser potencialmente bastante deletéria ao coração. Um estudo em ratos mostrou que o uso da nandrolona por si só promoveu a hipertrofia cardíaca, aumento da atividade da enzima conversora de angiotensina (ECA) e da atividade pró-inflamatória, e que o uso concomitante com a finasterida exacerbou esses efeitos.

Isso acontece porque quando a nandrolona sofre a ação da 5-AR, ela se transforma em di-hidronandrolona (DHN), um androgênio muito menos potente e que não possui tanta afinidade com o receptor androgênico. Ao inibir essa conversão com a finasterida, a nandrolona (androgênio mais potente e de maior afinidade ao receptor) fica na circulação, levando aos efeitos colaterais do uso suprafisiológico dessas drogas, como a queda de cabelo.

Portanto, a associação finasterida + nandrolona não deve ser encorajada pois sua combinação piora os efeitos colaterais no coração e potencializa a queda de cabelo nos indivíduos predispostos à alopécia androgenética.

Referência:

doi: https://doi.org/10.1590/s2175-97902019000318289

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