Aparentemente a fundação HEMOMINAS (e diversas outras pelo país) estão NEGANDO a realizar o procedimento, mesmo com o paciente já tendo o diagnóstico de elevação do hematócrito com risco à saúde.
Ao que nos parece, as instituições vem agindo com extremo preconceito, uma vez que julgam a causa que leva ao aumento do hematócrito, e dependendo da mesma, negam-se a fazer o procedimento, solicitando ao médico assistente “maiores informações sobre o caso e referências bibliográficas”.
A eritrocitose é um efeito adverso comum da administração de testosterona, particularmente com injeções de éster de testosterona. É preocupante porque o risco de doença tromboembólica venosa está diretamente relacionado ao hematócrito.
O hematócrito deve ser medido 3-6 meses após o início do tratamento. Se aumentar acima do limite superior do normal, uma causa deve ser investigada e, se nenhuma for encontrada, a dose de testosterona deve ser ajustada.
O hematócrito deve ser reavaliado 2 meses após o ajuste de dose ou suspensão. Se normalizar, uma dose mais baixa de testosterona deve ser continuada ou reiniciada.
Se o hematócrito não puder ser mantido abaixo do limite superior do normal, e nenhuma outra causa tratável for encontrada, a flebotomia deve ser considerada.
Partimos do pressuposto que lidamos com PESSOAS. Essas pessoas podem sim apresentar efeitos deletérios em decorrência de seus tratamentos ou hábitos.
Eu nunca vi negar oxigenoterapia para um paciente com doença broncopulmonar obstrutiva crônica em hipoxemia por crise de broncoespasmo, simplesmente porque a causa da doença de base era o cigarro.
Mas os hemocentros, aparentemente, tem funcionado de forma diferente e escolhido a dedo os pacientes para receber um procedimento com a finalidade de evitar complicações de saúde.
Quando o preconceito do uso de fármacos já começa dentro da medicina, não tem como esperar muitos desfechos favoráveis. Lamentável!