Recentemente foi publicado um artigo na revista Molecular and Cellular Endocrinology que trata sobre o hormônio irisina e sua capacidade de modular genes associados à forma grave da COVID-19 em cultura de células adipócitas subcutâneas de humanos.
Sabe-se que pacientes obesos são mais suscetíveis a desenvolver desfecho grave de COVID-19 devido ao papel da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) na infecção viral. A ACE2 é regulada nas células humanas por diferentes genes associados ao aumento ou diminuição da replicação do vírus.
No presente estudo, concluiu-se que o tratamento com irisina aumentou em 3 vezes os níveis de transcrição do gene relacionado à diminuição da replicação viral do SARS-COV-2. Os resultados em cultura de células de adipócitos subcutâneos humanos, indicam um efeito positivo da irisina na expressão de múltiplos genes relacionados à infecção viral por SARS-CoV-2; além disso, pode ser traduzido para outros tecidos e órgãos visados pelo novo coronavírus e apresenta, assim, abordagens promissoras para o tratamento da infecção por COVID-19.
Mas afinal, o que é a irisina?
Irisina é uma miocina, isto é, um peptídeo-hormônio produzido principalmente em células musculares, derivado da clivagem da FNDC5 – uma fibronectina tipo III, localizada nas membranas celulares destas. No momento da prática de exercícios, esta fibronectina – FNDC5 é clivada, gerando como um de seus subprodutos a irisina. Indivíduos mais treinados/ativos tendem a apresentar níveis plasmáticos mais altos desse hormônio.
Embora sejam resultados de estudo em laboratório (células isoladas em cultura) e não haver ensaios clínicos em humanos, vale considerar que o exercício físico e a capacidade muscular sejam importantes aliados ao combate e prevenção de formas graves da COVID-19.
Texto com @anaraquelfmaia pro @padrinho_med