O álcool é uma droga psicoativa muito utilizada por ser socialmente aceita. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 26,4% dos brasileiros com 18 anos ou mais ingeriam álcool semanalmente em 2019.
O álcool tem uma série de efeitos prejudiciais para quem busca hipertrofia e emagrecimento:
1. Efeito depressor do sistema nervoso central:
Da mesma forma que o álcool cria uma sensação de euforia enquanto ingerido, sua ausência causa abstinência nos dias seguintes, o que leva a uma sensação de indisposição, comprometendo a intensidade do treino, fator mais relevante quando se trata de hipertrofia muscular;
2. Desidratação:
O álcool tem efeito inibitório sobre o hormônio antidiurético, aumentando a frequência das idas ao banheiro e causando desidratação, posteriormente, esse efeito leva ao acúmulo de sódio no organismo, o que o organismo a reter líquido, culminando no inchaço característico da ingestão de álcool. Além disso, a desidratação decorrente do efeito diurético acarreta na perda de água intersticial, desidratando o sistema muscular e, consequentemente, resultando em catabolismo;
3. Fome:
O aumento da resistência periférica à insulina causada pelo álcool induz a fome, o que, somado à perda de senso crítico, cria um cenário extremamente propício para a ingestão de alimentos ricos em gorduras e carboidratos, comprometendo a dieta;
4. Miotoxicidade:
A alta toxicidade do álcool leva o corpo a buscar converter rapidamente o álcool em aldeído por meio da enzima álcool desidrogenase. Contudo, a eficiência na degradação de aldeído em ácido carboxílico é muito inferior à sua formação, o que leva a um aumento das concentrações de aldeído e, consequentemente, surgimento e efeitos tóxicos do aldeído, sendo eles neurotóxicos (ressaca) e miotóxicos, podendo representar uma perda de até 30% da massa muscular.
5. Alteração do metabolismo proteico:
O álcool causa redução da função da proteína mTOR, responsável pela proliferação e crescimento celular.
6. Alteração hormonal:
o álcool desregular os níveis de testosterona e GH, comprometendo a recuperação de tecido muscular e a ação do IGF-1, relacionada à síntese proteica.
Texto em parceria com Pedro Calixto.
Referências:
DOI: 10.1590/0047-2085000000016
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/14441/1/Giovana%20Silva%20e%20Nat%C3%A1lia%20Folador.pdf
