Na verdade, a literatura médica sobre a resposta da pressão arterial ao uso dos esteróides androgênicos anabólicos (EAAs) ainda é duvidosa. Alguns estudos apontam para o aumento da pressão arterial associado aos EAAs, enquanto outros falham em demonstrar essa relação.
Na tentativa de solucionar essa dubiedade, um estudo feito por F. Grace e colaboradores comparou dois grupos de indivíduos. Grupo 1 administrava algum tipo de EAA de maneira suprafisiológica e o grupo 2 era o grupo controle. Ambos os grupos estavam submetidos a um regime de treinamento resistido.
O estudo investigou os seguintes parâmetros cardiovasculares: pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM) e a frequência cardíaca de repouso (FC de repouso). Esses parâmetros foram avaliados antes, durante e 6-8 semanas após parado o uso do EAA.
Identificou-se que os indivíduos no grupo 2 (controle) não apresentaram alterações cardiovasculares ou morfológicas no coração durante todo o período avaliado.
No grupo 1, ocorreu algo interessante. Observou-se que durante o período em que se estava administrando os EAAs houve um aumento significativo na PAD, PAM e FC de repouso. No entanto, quando esses parâmetros foram avaliados de 6 a 8 semanas após cessado o uso das drogas, notou-se que eles retornaram aos mesmos valores de base antes de iniciar o uso.
Portanto, os EAAs podem influenciar sim na sua pressão arterial.
Para o indivíduo que faz ciclo/tpc (terapia pós ciclo), não parece influenciar tanto, visto que os parâmetros cardiovasculares tendem a voltar para a normalidade durante a tpc.
Já para aqueles que fazem o uso contínuo (blast and cruise) o monitoramento da pressão arterial se faz necessário. Converse sempre com o seu médico.
Referência:
doi: 10.1016/s1440-2440(03)80024-5