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Obesidade e hipogonadismo: Um siclo vicioso

A obesidade segue sendo um problema de saúde pública de proporções gigantescas que traz diversas comorbidades, algumas óbvias outras mais discretas, entre elas o hipogonadismo masculino relacionado à obesidade (MOSH).⁣

Hipogonadismo é frequentemente subdiagnosticado, apesar de seu enorme impacto na qualidade de vida. Pode causar disfunção erétil, ginecomastia, baixa densidade mineral, baixa libido e sarcopenia.⁣ O principal mecanismo relacionado à MOSH é o hiperestrogenismo, já que a testosterona é convertida em estrogênio no tecido adiposo e este é responsável pelo feedback negativo hipofisário, diminuindo a produção de LH e FSH.⁣

A baixa testosterona prevalente em obesos exacerba a obesidade masculina facilitando a deposição de gordura visceral e perda de massa muscular, influenciando diretamente no agravo das condições de saúde e contribuindo para o aumento da fragilidade e dependência do obeso.⁣

Além da influência fisiológica da deficiência de testosterona na obesidade, a prevalência de ginecomastia e disfunção erétil na população tende a agravar problemas psicológicos relacionados à obesidade como depressão, autoimagem prejudicada, baixa autoestima, transtornos alimentares e prejuízo na qualidade de vida como um todo.⁣

Essa relação cruzada entre obesidade e função testicular cria um ciclo vicioso de deterioração da saúde e qualidade de vida onde a piora da obesidade agrava o hipogonadismo e este agrava a obesidade, sendo necessária uma intervenção para interromper o ciclo.⁣

Estudos com homens hipogonádicos demonstraram que a reposição de testosterona (TRT) reduz o peso, circunferência abdominal e diminui a mortalidade. A TRT em homens obesos com baixa testosterona produz perda de peso progressiva e sustentável e pode contribuir para redução de eventos cardiovasculares.⁣

Portanto, ao se avaliar pacientes obesos deve-se sempre investigar a função testicular e sintomatologia relacionada e, quando indicada, a reposição contribui grandemente para a boa evolução da saúde e qualidade de vida do paciente.⁣

DOI:⁣
10.3390/nu10040474⁣
10.1007/s42000-018-0049-x⁣
10.1038/s41366-019-0517-7⁣
10.1097/MD.0000000000010482

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