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Obesidade e Sistema de recompensa.

Um padrão alimentar rico em alimentos altamente palatáveis e de grande densidade enérgica – geralmente compostos por açúcares e gorduras – combinado com um estilo de vida sedentário, formam um ambiente cada vez mais propenso à obesidade. Este vem sendo um dos maiores problemas de saúde global e atual, que vai além de questões estéticas pois constitui fator de risco para o desenvolvimento de diversas patologias para o paciente e significativo gasto para à saúde pública.⁣

O comportamento alimentar humano é influenciado por 2 mecanismos que trabalham em conjunto: um homeostático e um hedônico. O sistema homeostático possui hormônios reguladores de fome e saciedade como a leptina, insulina e a grelina, que atuam em circuitos cerebrais hipotalâmicos para manter o peso corporal estável. ⁣
Já o sistema hedônico é relacionado ao prazer de comer e a liberação de dopamina. Este hedonismo baseado no sistema recompensa do cérebro tende a cada vez mais aumentar a procura por alimentos palatáveis e prazerosos, e predita o aumento em frequência e porção diminuindo qualidade e nutrientes, desta forma contribuindo para um consumo energético excessivo e para o desenvolvimento da obesidade. Além da palatabilidade, o sistema recompensa se baseia também em estados emocionais, nos quais a pessoa acaba traduzindo estados emotivos em fome, “comendo” suas emoções. ⁣

Segundo Berridgee et al. recompensa alimentar consiste num processo composto por 3 principais componentes: liking (hedônico – antecipação do sentimento de prazer), wanting (motivação de incentivo – que pode variar em desculpas e “motivos” e learning (aprendizagem que permite fazer associações e predições). Disfunções nesse sistema podem levar a que determinados alimentos desencadeiem um liking excessivo e essa ativação irá acentuar o impacto hedônico dos alimentos, tornando determinados indivíduos mais suscetíveis à hiperingestão.⁣

No cenário atual é necessário compreender os sistemas complexos que permitem a sobreposição do controle hedônico da ingestão à homeostasia energética também levando em consideração todos os fatores genéticos, fisiológicos e ambientais que influenciam o comportamento alimentar humano.

@dr.staak
@marialuizabd

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