Complicações obesidade! O fato da obesidade causar muitas complicações graves e está diretamente relacionada à morte prematura é indiscutível. A doença pode prejudicar diversos sistemas com comorbidades descritas a seguir:
Doenças endócrinas e metabólicas:
– Síndrome metabólica: caracterizada por resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão, a síndrome metabólica está diretamente relacionada a altos níveis de gordura abdominal. Fatores de risco metabólicos como altos níveis séricos de apolipoproteína B, excesso de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e inibidor da ativação do plasminogênio 1 com alteração da fibrinólise são associados à obesidade central;
– Diabetes melito tipo 2 (DM2): segundo dados no NHANES Ill, 67% dos pacientes portadores de DM2 dos Estados Unidos têm IMC superior a 27 Kg/m². A prevalência de DM2 em pessoas com IMC entre 25 e 29,9 Kg/m² é de 2%, 8% em pessoas com IMC entre 30 e 34,9 Kg/m² e 13 nos IMCs superiores a 35 Kg/m²;
– Dislipidemia: anormalidades nos lipídios séricos, como hipertrigliceridemia, redução de HDL e aumento de LDL são associados à obesidade, especialmente na obesidade abdominal.
Doenças cardiovasculares:
– Hipertensão arterial: segundo o NHANES IIl, a prevalência ajustada para idade de hipertensão arterial é mais de duas vezes superior em pessoas obesas quando comparada com pessoas magras;
– Doença coronariana (DAC): hipertensão arterial, dislipidemia, tolerância a glicose diminuída e diabetes são importantes fatores de risco para DAC diretamente ligados à obesidade, classificada pela American Heart Association como um dos principais fatores de risco evitáveis para DAC;
– Acidentes vasculares isquêmicos: o risco de episódios fatais e não fatais é aproximadamente 2 vezes maior nas pessoas obesas. O risco de episódios fatais e não fatais é aproximadamente 2 vezes maior nas pessoas obesas. Os riscos de estase e trombose venosas e embolia pulmonar também são aumentados.
Doenças pulmonares:
– Doença pulmonar restritiva: o aumento da pressão na caixa torácica reduz a complacência respiratória, restringindo a função pulmonar;
– Síndrome de hipoventilação na obesidade: a resposta ventilatória reduzida à hipercapneia ou hipóxia e a incapacidade dos músculos respiratórios de satisfazer a demanda ventilatória aumentada devido aos efeitos mecânicos da obesidade comprometem a capacidade respiratória;
– Apneia obstrutiva do sono: o excesso de episódios de apneia são causados por obstrução das vias aéreas superiores;
Doenças musculoesqueléticas:
– Gota: hiperuricemia e gota estão associadas à obesidade;
– Osteoartrite: o excesso de peso aumenta o risco de articulações de suporte, principalmente os joelhos.
Câncer:
estima-se que sobrepeso e obesidade são responsáveis por 14% das mortes por câncer em homens e 20% em mulheres.
Doença geniturinária em mulheres:
menstruação irregular, amenorréia e infertilidade são frequentes em mulheres obesas. Grávidas obesas apresentam maior risco de diabetes gestacional, pré-eclampsia e complicações no parto e seus recém-nascidos apresentam maior risco de malformações congênitas.
Doenças neurológicas:
acidentes vasculares isquêmicos e hipertensão intracraniana idiopática estão associados à diabetes;
Catarata:
a maior incidência de catarata em portadores de obesidade abdominal sugere o envolvimento da resistência à insulina na sua patogênese;
Doenças gastrointestinais:
– Cálculos biliares: o estudo Nurse’s Health verificou que a incidência anual de cálculos biliares dobrou ao comparar mulheres com IMC superior a 30 Kg/m² e 45 Kg/m²
– Pancreatite: pacientes com sobrepeso e obesidade têm maior risco de desenvolver complicações locais, pancreatite grave e morte quando comparados a pacientes magros;
– Doenças hepáticas: A obesidade está associada a diversas anormalidades hepáticas referidas como esteato-hepatite não alcoólica (NASH). Incluindo hepatomegalia, alterações bioquímicas, esteatose, esteato-hepatite, fibrose e cirrose.
Texto em parceria com Pedro Calixto.
Dr Marcos Staak Jr
Médico | CRM/SC 17642
