O uso indiscriminado de esteroides anabolizantes andrógenos (EAA) vem crescendo cada vez mais em atletas de alto nível e atletas recreacionais. A procura de um corpo perfeito e musculoso tem estimulado homens e mulheres a usufruir da droga e alcançar seus objetivos em um curto espaço de tempo. A testosterona exerce efeitos designados como androgênicos e anabólicos em uma extensa variedade de tecidos-alvo, incluindo o sistema reprodutor, o sistema nervoso central, a glândula pituitária anterior, o rim, o fígado, os músculos e o coração.
Os esteroides anabolizantes foram inicialmente desenvolvidos com fins terapêuticos, como exemplo, para o tratamento de pacientes com deficiência natural de andrógenos, na recuperação de cirurgias e atrofias musculares, por melhorarem o balanço nitrogenado em estados catabólicos, prevenindo a perda de massa magra e reduzindo a quantidade de tecido adiposo, e, também, no tratamento da osteoporose, do câncer de mama e anemias, uma vez que estimulam a eritropoiese.
Entretanto, o uso dessas drogas foi banalizado, devido às propriedades anabólicas que promovem o aumento de massa muscular, do desenvolvimento de força, da velocidade de recuperação da musculatura e o controle dos níveis de gordura corporal melhorando o desempenho físico, sendo que a ação trófica do hormônio exógeno de forma supra fisiológica é mais pronunciada do que aquela observada pelos níveis normais de testosterona na circulação.
A administração dessa substância afeta o eixo hipotálamo-hipofisário-gonodal, resultando num feedback negativo na secreção do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) que, por sua vez, diminuem a produção de testosterona endógena, resultando na redução da espermatogênese.
Sendo assim, quando se interrompe o uso do hormônio citado, sem uma terapia pós ciclo adequada, o indivíduo sofrerá todos os colaterais resultante de uma testosterona baixa, e é comprovado que quanto maior o tempo de exposição ao hormônio citado em doses supra fisiológicas, maior a quantidade de colaterais no organismo, então caso pretenda fazer o uso de testosterona, procure sempre um bom médico para lhe acompanhar.
Texto em parceria com Matheus Garcia.
Referências:
Bianco AC, Rabelo R. Introdução à fisiologia endócrina. In: Aires MM. Fisiologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. cap.65, p.741-65.
doi: 10.1016/0960-0760(92)90085-w.
doi: 10.5020/1037