Foi proposto que a musculatura esquelética mostra respostas hipertróficas ao treino de resistência em 3 a 4 semanas, sendo assim muito mais precoce do que se imaginava. De forma a confirmar essa afirmação, foram realizadas pesquisas com indivíduos jovens e do sexo masculino, onde realizou-se 3 ultrassonografias seriadas no músculo vasto lateral, diluídas em um período de 10 semanas em cada participante (uma na primeira semana, uma na terceira semana, e uma na última semana). Também foram avaliadas as alterações no volume de treino (carga x repetições x séries) e marcadores de dano musculares como a mioglobina e a interleucina 6.
Dez jovens foram recrutados para o presente estudo (idade: 27 ± 3 anos; peso corporal: 69,4 ± 8,8 kg; altura: 172 ± 6 cm).
Como requisito, os participantes deveriam estar ausentes de qualquer treino de musculação para membros inferiores há pelo menos 6 meses, e não utilizarem suplementos ou medicamentos anti-inflamatórios durante o estudo. Foram instruídos a manter os hábitos alimentares, com acréscimo de 25g de proteína do soro do leite pós treino.
Quanto ao treino, cada um consistia em nove exercícios de pernas, e a carga era adequada de modo a serem trabalhadas entre 9-12 repetições, com 90 segundos de pausa entre cada série.
Como resultado, a análise mostrou em todos os jovens resultados relevantes entre o primeiro e o segundo ultrassom, e consequentemente entre o primeiro e o terceiro, mas entre o segundo e o terceiro não houveram grandes diferenças.
É fato que acontece um pequeno ganho de massa magra nesse período, mas a maior parte das alterações em tamanhos musculares se deve ao edema e a inflamação muscular por resposta ao treino, principalmente por esse aumento da densidade muscular não ser observada em já praticantes de musculação de forma aguda, somente em indivíduos não treinados.
Embora a musculação não traga grandes ganhos estéticos em um período de tempo inferior a dez semanas, melhora de funções cognitivas como memória, atenção, raciocínio e capacidade aeróbia.
Texto em parceria com Matheus Garcia.
Referência:
doi:
10.1007/s00421-015-3243-4
10.1590/S1517-86922006000200011