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Stanozolol x testosterona x lipoproteínas: qual a relação?

O stanozolol é um dos esteróides androgênicos anabólicos (EAA) orais mais utilizados de forma recreativa pelo o público que busca aumento de performance e melhora na estética. De fato, o poder anabólico e anticatabólico do stanozolol é bem relevante e já foi comprovado por muitos estudos e por ser um medicamento de via oral, sua utilização se torna mais prática ao público. No entanto, essa droga está entre as mais perigosas e tóxicas para o organismo humano e seu uso indiscriminado pode trazer consequências severas.

Foi na tentativa de avaliar os possíveis efeitos adversos desse medicamento que Paul D. Thompson comparou em seu estudo o uso de 6mg de stanozolol (2mg três vezes ao dia) com o uso de 200mg de enantato de testosterona (1 vez por semana) durante 6 semanas em 11 atletas homens. Ao final do estudo, foram avaliados as dosagens séricas do colesterol total (CT), do colesterol LDL, do colesterol HDL e os triglicérideos (Trig).

Em termos práticos, é bom lembrar que níveis elevados de LDL e CT, redução nos níveis de HDL e um aumento nos Trig podem induzir à aterosclerose coronariana, doença responsável pela morbidade e mortalidade em todo o mundo.

O estudo observou que o uso do stanozolol provocou uma redução de 33% nos níveis de HDL, enquanto a testosterona foi de 9%. Em relação ao LDL, o stanozolol aumentou em 29% os níveis séricos, já a testosterona conseguiu uma redução de 16% ao fim das 6 semanas. Os níveis de Trig foram 16% menor com o stanozolol, enquanto que com a testosterona não houve variação.

O estudo conclui portanto que o stanozolol é mais agressivo aos níveis e que salva raras exceções, a aplicação intramuscular de testosterona é preferível ao uso do stanozolol oral nas indicações terapêuticas onde as ações androgênicas e anabólicos são desejadas ao longo prazo. Isso porque os efeitos adversos do stanozolol no perfil lipídico são mais proeminentes do que a testosterona.

Referência:

doi:10.1001/jama.1989.03420080085036

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