O papel da testosterona na patogênese e progressão da insuficiência cardíaca (IC) é um assunto de crescente interesse. A insuficiência cardíaca é uma síndrome metabólica caracterizada por vários parâmetros endócrinos, metabólicos e inflamatórios, e aproximadamente 25% dos homens com IC crônica têm evidências bioquímicas de deficiência de testosterona, que tem sido associada à progressão da IC.
Os níveis endógenos de testosterona sérica oscilam por um padrão circadiano, bem como em resposta ao estresse. Os níveis de testosterona caem consideravelmente com doenças agudas, como infarto do miocárdio, sepse ou trauma, e os baixos níveis de testosterona estão associados a várias condições crônicas, incluindo diabetes, insuficiência renal, malignidade, hipertensão e dislipidemia.
A literatura sugere ainda que a deficiência de testosterona está associada à perda de massa óssea e magra, aumento do tecido adiposo, baixa energia e diminuição da função física e sexual. Vários pesquisadores exploraram os efeitos da suplementação de testosterona em pacientes com IC. A administração de testosterona pode aumentar o débito cardíaco e reduzir a resistência vascular periférica, e a terapia crônica pode reduzir os mediadores inflamatórios circulantes e potencialmente reduzir a fibrose ventricular esquerda.
Uma meta-análise de Toma et al. descobriram que a suplementação de testosterona em pacientes com IC foi associada à melhora da função de exercício usando o Teste de Caminhada de 6 Minutos, bem como a parâmetros metabólicos, como glicose em jejum, insulina em jejum e resistência insulínica.
Lembrando que o tratamento com testosterona deve ser considerado para homens sintomáticos com hipogonadismo clinicamente confirmado. De forma geral, não há evidências convincentes de que a terapia com testosterona aumenta ou diminui o risco de doença CV, porém a terapia com testosterona para homens com hipogonadismo é eficaz, racional e baseada em evidências.
