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Visão sobre a obesidade: profissionais de saúde x pacientes

Obesidade. Um estudo chamado ACTION (do inglês: Conscientização, Cuidado e Tratamento no Controle da Obesidade) avaliou a percepção em relação à obesidade tanto de pessoas com obesidade, tanto de pessoas, como de profissionais de saúde (PS).

Eles avaliaram mais de 3000 pessoas com obesidade e mais de 600 profissionais de saúde. Quais foram os achados?

Embora exista o consenso geral de que a obesidade é uma doença, a maioria das pessoas com obesidade possuem a crença de que a perda de peso é exclusivamente sua responsabilidade (82%), além disso boa parte das pessoas com obesidade demonstrou baixa preocupação com o impacto do peso na saúde, isso contribui para a não procura do atendimento médico.

Por parte dos profissionais, ainda há falta de diagnósticos formais de obesidade, mesmo sendo uma doença de diagnóstico relativamente fácil e bem disponível. Além do mais, os PS não priorizam discutir a perda de peso em consulta.

Nesse contexto, cerca de 80% dos PS reconhecem a obesidade como uma doença crônica, mas apenas metade das pessoas com obesidade acredita que o peso pode contribuir negativamente com sua saúde.

Entretanto, a maioria dos PS sente que têm a responsabilidade no auxílio da perda de peso dos seus pacientes, mesmo assim ainda há pouca proatividade para abordar isso em consulta.

As maiores barreiras para o tratamento da obesidade citadas pelos participantes do estudo foram: falta de exercício e motivação por ambas as partes. Isso foi observado, sobretudo pelos PS que enxergam o paciente com obesidade como desmotivado e/ou envergonhado para conversar sobre o seu peso, no entanto os paciente não relataram isso como principal empecilho, mas, na verdade, a visão de que a perda de peso é responsabilidade apenas deles.

Portanto, a discussão sobre controle de peso tende a ser menosprezada entre os profissionais de saúde, apesar do impacto negativo na qualidade de vida e na longevidade que a obesidade proporciona.

Além disso, o estudo observou que mesmo o controle de peso sendo pauta em consulta, o diagnóstico de obesidade muitas vezes nem é documentado e não são agendadas consultas para seguimento.

Sendo assim, ao verificar a percepção de eficácia do tratamento da obesidade pelos participantes, foi notado que as intervenções no estilo de vida (alimentação saudável e atividade física) são consideradas mais úteis do que o tratamento médico entre os pacientes e PS, sendo mais uma barreira em relação à prescrição do tratamento farmacológico da doença tanto por parte dos PS quanto pelas pessoas com obesidade.

Desse modo, é notório que ainda existem muitos obstáculos no controle da obesidade que podem ser modificados, sobretudo em relação a proatividade dos PS em abordar sobre a doença em consulta.

Além disso, sabendo que a obesidade é uma doença crônica e muito prevalente na população, é perceptível a necessidade de abordagens educacionais tanto para os PS, quanto para os pacientes em relação a fisiopatologia e complicações que a doença pode causar.

Talvez assim, passe a ser dada a importância do impacto causado pela obesidade na saúde pública.

 

Referência:

doi: 10.1002/oby.22054

 

Dr Marcos Staak Jr
Médico – CRM/SC 17642

@osmanvieira

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