É bastante difundido atualmente o boato de que a musculação prejudica o crescimento dos adolescentes, sendo por esse motivo contraindicada para essa faixa etária.
De forma a contradizer essa falsa informação, vários estudos com crianças e adolescentes têm demonstrado o benefício da atividade física no estímulo ao crescimento e desenvolvimento, prevenção da obesidade, incremento da massa óssea, aumento da sensibilidade à insulina, melhora do perfil lipídico, diminuição da pressão arterial, desenvolvimento da socialização e da capacidade de trabalhar em equipe.
É fato que todos esses benefícios são controlados por fatores endógenos e exógenos. Em relação aos endógenos, tem-se principalmente a genética, raça, sexo e as dosagens hormonais, que variam de indivíduo para indivíduo. Nos exógenos, tem-se principalmente a alimentação e o tipo de exercício físico realizado. Sabendo-se que os endógenos são imutáveis, é possível intensificar o desenvolvimento, principalmente ósseo, ao estimular os fatores exógenos da melhor forma possível, com treinos frequentes associados a uma dieta que seja suficiente para repor todas as necessidades energéticas do indivíduo. Nesse ponto, tem-se na adolescência uma oportunidade de minimizar o risco a doenças que ocorreriam durante a velhice, como por exemplo a osteoporose.
Diferentes modalidades esportivas não têm efeitos específicos no sentido de aumentar ou diminuir a altura final, mas a atividade física no geral representa efeito benéfico sobre o crescimento estatural. O único modo da atividade física prejudicar o crescimento seria a presença de uma intensidade extremamente alta associada a grande déficit calórico por grandes períodos de tempo, de forma a gerar uma desnutrição.
Referência:
https://www.scielo.br/j/rpp/a/ydDHN9Khrjv4tFQ9xNmGBwp/?lang=pt
