Pra começar, a origem da palavra testosterona vem do latim testis (testículo), ster (parte da palavra esteróide) e do sufixo ona que é usado para designar substâncias bioquímicas. Ou seja, é a substância esteróide que é produzida nos testículos.
Hoje, sabe-se que a administração de testosterona (principal hormônio androgênico no homem) é capaz de:
1. aumentar o número de células satélite no músculo
As células satélites são células mononucleadas, miogênicas que ficam na lâmina basal dos miócitos (células musculares). São células que ficam adormecidas e quando há uma agressão ao tecido muscular (entenda, o treinamento), elas são ativadas e capazes de se proliferam e de se tornarem fibras musculares para ajudarem na recuperação e no crescimento. É por aumentar a quantidade dessas células no músculo que a testosterona é bastante efetiva na hipertrofia muscular.
2. aumentar o número de receptores androgênicos (AR) nas células satélite e no músculo
O AR é um receptor esteróide que faz parte da superfamília de receptores nucleares. Esse tipo de receptor recebe uma informação do hormônio e é capaz de interagir com o DNA da célula alterando fatores de transcrição e regulando a atividade gênica.
Em termos práticos, quando a molécula de testosterona entra na célula muscular, ela se liga ao AR, vai em direção ao núcleo da célula e daí inicia-se um processo de transcrição gênica que por fim estimulará uma maior síntese proteica. Com uma maior síntese proteica, melhor será a capacidade da fibra muscular de crescer de tamanho, ou em outras palavras, hipertrofiar. Portanto, um maior número de ARs promoverá um maior estímulo para a hipertrofia muscular.
Há também na literatura relatos de possíveis mecanismos de regulação indireta da testosterona na hipertrofia da fibra muscular, como o aumento de IGF-1, inibição do receptor glicocorticóide e inibição da miostatina, porém os estudos não são conclusivos.
Referência:
doi: https://doi.org/10.1677/joe.1.05976